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VOCÊ ESTÁ EDITANDO ERRADO!

Atualizado: 26 de dez. de 2022




Quando alguém me pede para ensinar a editar vídeos eu logo faço a seguinte pergunta: você quer aprender a editar ou operar o software? E na maioria das vezes as pessoas ficam sem resposta. Mas eu explico. Há uma grande diferença aqui porque uma coisa é você aprender determinado programa ou aplicativo que vai juntar as imagens em um modelo pronto, colocar um efeitinho do momento e uma musiquinha da moda... Outra coisa é saber como dar sentido às imagens, como contar uma história, criar uma narrativa independente do software que você está usando.


Se o seu caso é só aprender como se usa um determinado programa, sugiro que você procure pela internet algum tutorial qualquer, mas se você quer realmente aprender a editar, seja em qualquer software, vem comigo que eu vou te dar algumas dicas muito importantes!




Montagem ou edição é um processo que consiste em selecionar, ordenar e ajustar os planos de um filme ou outro produto audiovisual afim de alcançar o resultado desejado. A edição de filmes é muitas vezes referida como a "arte invisível” porque, quando é bem praticada, o espectador pode ficar tão envolvido que não está ciente do trabalho do editor.


Vejam que edição não é simplesmente unir mecanicamente partes de um filme, cortar partes da cena ou editar diálogos. Um editor de cinema deve trabalhar criativamente com as camadas de imagens, história, diálogo, música, ritmo, bem como as performances dos atores para efetivamente "re-imaginar" e até mesmo reescrever o filme para criar um todo coeso.


Para ficar bem guardado na sua cabeça, vamos fazer uma analogia com a música pensando que as tomadas são como notas musicais. Imagine que a linha do tempo do seu programa de edição é uma pauta musical. A melodia da cena é referente à dramaticidade do plano e o ritmo é referente à temporalidade do corte. Logo, de acordo com ordem e o tempo que você as coloca vai dando sentido e intensidade ao filme. Mas para isso acontecer é preciso pensar na forma como vamos unir as cenas. É o que chamamos de transições. Elas podem ser de várias formas.



  • O corte seco, que é quando a passagem de um plano a outro ocorre sem qualquer estado intermediário.

  • A fusão: que nada mais é do que a sobreposição de forma gradual do corte, em que o estado intermediário é uma "mistura" entre o plano A e o plano B

  • A Sobreposição: É quando dois planos ou seja, duas imagens captadas de forma independente, coexistem na tela durante algum tempo.

  • O corte na ação: Aqui a personagem começa a ação em um plano e finaliza no outro e ao assistir à montagem finalizada, tem-se a impressão de continuidade.

  • O corte de salto: que nada mais é do que um corte seco feito em um trecho de imagem do mesmo plano. Em vez de permitir que um plano mostre por completo uma ação ou uma fala, o corte de salto suprime pedaços intermediários do plano, causando o efeito de avanço no tempo por meio de saltos, já que o corte normalmente interrompe a impressão de continuidade.

  • O Corte “J” ou “L”: Ocorre quando o áudio do plano seguinte se sobrepõe à imagem do plano anterior, de tal forma que o áudio do plano posterior começa a ser reproduzido antes de sua imagem. E vice-versa. Tem esse nome porque na linho do tempo, a montagem dos arquivos ganham a forma da letra “J” ou “L”.

  • O Cut Away: que acontece quando se interrompe a ação principal inserindo uma imagem no meio dela, momentaneamente, retomando depois o fluxo da ação. É usado para dar contexto à cena e aumentar sua dramaticidade.

  • O Cross Cut: que é aquele que é intercalado entre duas cenas que acontecem em lugares diferentes e ao mesmo tempo. Pode aumentar a tensão e o suspense da cena.

  • O Match Cut: quando a última imagem do plano anterior se assemelha à primeira imagem do plano seguinte, inclusive em posição e tamanho no quadro. Também conhecido como rima visual, permite a passagem de um espaço para o outro sem perder a coerência e sem desorientar o espectador.


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É preciso entender que quando o expectador assiste ao filme, Há um momento de exposição, para reconhecer a imagem e um momento de atenção reforçada, para entender o contexto do plano. O ritmo cinematográfico é precisamente a relação da flutuação de atenção do espectador e a duração do plano.

Kuleshov foi um dos primeiros a teorizar sobre a montagem lá anos 1920. Ele argumenta que editar um filme é como construir um prédio. Tijolo a tijolo, no caso do filme, cena a cena. Seu experimento Kuleshov, já fiz um vídeo mostrando isso, estabeleceu que a montagem pode levar o espectador a chegar a certas conclusões sobre a ação em um filme. A montagem funciona porque os espectadores dão significado com base no contexto mostrado. Já Eisenstein tinha algumas ideias diferentes de montagem. Ele considerava a montagem como um meio dialético de criar significado. Ao contrastar imagens não relacionadas, ele buscou provocar associações de ideias que eram induzidas por contrastes. A partir daí temos alguns tipos clássicos de montagem que são:



  • Montagem Rítmica: Visa criar ritmo no filme, alternando tempos fortes e fracos, dando ordem e proporção no espaço-tempo.

  • Montagem Métrica: Visa jogar com proporções dos planos, com a sua extensão. A tensão aumenta com a sucessiva diminuição da extensão dos planos. Nesta montagem existe um notório padrão porque se vão regendo os cortes, e é sensorialmente estimulante.

  • Montagem analógica: A sequência de planos induz conotação, faz ligações de ideias, analogias.

  • Montagem por contraste: Que sugere relações de causalidade com planos de significados opostos.

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